~Justin on~
Teria que suportar o Ricardo, meu
tutor, a manhã inteira. Quando acabou a cena família feliz, meu celular toca.
*Ligação On*
– Fala Victor.
– Vi tua mina entrando num carro que
parecia ser do James hoje de manhã. – É, ele também conhece a desgraça.
– Tem certeza?
– Tenho. E antes que você queira matar
ele, ele não obrigou ela. – A Mel não iria fazer isso, ou ia?
– Me ligou só pra falar disso?
– Não. – Victor falou que tinha
conseguido o dinheiro que faltava. Ótimo, mas eu to puto. Pra que ela iria de
carona com ele? E porra, sempre que eu falto tem algum problema. Fui até a casa
dela, lógico. Toquei a campainha e ela atendeu sorridente. Até ver a cara que
eu tava.
– Pode me dizer por que o James teve a
sua companhia indo pra escola hoje?
– Eu tava atrasada e minha mãe já tinha
saído de casa quando eu desci. Ai eu fui pro ponto, ele passou e me ofereceu
carona. Só isso.
– Do mesmo jeito que eu ofereceria
carona pra outra menina. – É, eu também tava com ciúmes. E não era pra menos.
– Perae, a situação é bem diferente.
– Não é não. Eu não gosto dele, e você
sabe muito bem disso. Alias, eu pensava que você odiava o James.
– Isso não vem ao caso. Foi só uma
carona. Eu continuo não gostando dele. – Só uma carona. Pode ter sido pra ela,
mas pra ele? Eu duvido muito.
– Você sabe que ele podia tentar algo
contra você. Ainda mais não estando no colégio.
– Eu deixei claro pra ele que se não
fossemos direto pra escola, eu ia ligar pra policia.
– Ah claro, como se ele nunca se
arriscasse. Como se ele tivesse algum medo de você. Como se ele nunca tivesse
visitado uma delegacia como réu. – Esperei ela me dar alguma resposta. Em vão.
Ela não moveu um músculo pra tentar me dar alguma resposta. Me irritei, virei
as costas e sai com ela olhando incrédula pra mim.
Eu conheço o James, ele tá querendo
alguma coisa. E claro que não é boa. Tinha muito medo dele fazer alguma coisa
pra ela. Eu sei do que ele é capaz. Ou pior, eu sei do que ele já fez com
garotas como a Mel. Digo, bonitas e, por mais que ela não admita, ingênuas
demais. Isso mesmo, pensem na merda mais absurda. Estupro. Juro que se ele só
tentar beijar a Mel, nem que seja uma vez, eu mato ele.
Claro, não iria deixar ele oferecer
carona pra ela e ser tudo as mil maravilhas. Vou falar com ele sim, mas não no
colégio. Ia dar merda, eu ia ser expulso, e ela ia ficar sem mim lá. O que
seria mais fácil pra ele. Fiquei vegentando por um tempo pensando nisso e
quando eu vi já eram 20h00min. Jantei e iria na casa do James. O foda é que eu
tinha certeza que não iria sair coisa boa dali. Fui na casa do Victor primeiro
e ele ia ficar no carro, qualquer coisa, tenho ajuda pelo menos. Toquei a
campainha e fiquei esperando o idiota abrir.
– Oi Bieber. Achei que nunca mais ia
vir aqui.
– Preciso da tua ajuda.
– VICTOR!!!!!!!!
– Vish, quem tá ai?
– A Giselly.
– Giselly que eu peguei, James pegou,
enfim, todo mundo pegou? – Ele nem precisou responder. Quando terminei de falar
aparece ela atrás dele.
– Olá Bieber.
– Ér... oi. Victor, eu ainda preciso da
tua ajuda.
– O que é isso no teu dedo? – Giselly
perguntou.
– Uma aliança, óbvio. Victor?
– Sobe lá que eu já vou, Gi. – Ela
acentiu e me secou na frente dele ‘-‘ Tipo, vei. – Fala, Justin.
– Vou falar com o James e preciso da
sua ajuda.
– Ah, cara. Tipo, a Giselly tá ai...
– Foda-se. Olha a merda em que você me
colocou. E outra, essa vadia vai tá disponível a qualquer hora. – Ele olhou pra
trás, murmurou alguma coisa, voltou, pegou o celular e saiu.
– É, eu sei que to te devendo uma.
– Que ótimo que sabe.
– Pretende fazer o que lá?
– Deixar claro de uma vez por todas que
quero ele longe da Mel. Se é que já não fui claro demais. E eu não iria
sozinho. Não por tá com medo, não tenho medo dele. Mas sei lá o que iria fazer
comigo, nao sei quem tá lá também. E um contra mais uns 2 ou 3 é injusto, nao
acha?
– Sim, mas ainda não entendi por que to
indo.
– Você vai ficar no carro. Se der
treta, você sai e vai na delegacia.
– Ficou louco? Lógico que não. Se você
esqueceu, eu to sendo procurado.
– Eles não sabem nem a sua cara, deixa
de ser frouxo.
– Se eles tiverem minhas digitais eles
sabem quem eu sou.
– Victor, dá seus pulo. Você vai me
ajudar.
– Tá, eu me viro. A gente tá chegando.
– Eu acenti virando na rua. Parei o carro e disse pro Victor ficar lá. Apertei
a campainha. Apesar dele ser um criminoso que parece largado, ele tem pais. E
ainda mora com eles. O James mesmo que me atendeu.
– Eae, Bieber. Achei que não queria
mais ver minha cara.
– E continuo não querendo.
– Veio fazer o que aqui, então?
– Eu sei muito bem o que você quer com
a Mel, não sou otário. Encosta um dedo nela pra ver se eu não te arrebento.
– Ah tá. Por falar nela, ela é bem mal
educada. Nem me agradeceu. Pelo menos um beijo seria justo. – Meu sangue
ferveu.
– Eu to falando sério, James. Não queira
nem ser louco de chegar perto dela de novo. – James riu. Não acredito que ele
tá debochando da minha cara.
– Você não pode mandar em mim, Bieber.
Eu faço o que eu quiser. E não quero só um beijo dela. – E fechou a porta.
Quase derrubei a porta berrando o nome do filho da puta. Até que a mãe dele
abre a porta.
– Justin, o que é isso?
– Desculpe senhora Blame.
– O que o James fez dessa vez?
– Ele é um furo-olho! – Praticamente
berrei. Ai lembrei que era com a mãe dele que eu tava falando rs. – Vou embora,
senhora Blame. Até.
– Até, querido. JAMES!!! – Vish.
Enfim, entrei no carro e acelerei.
– Achei que iria ter barraco.
– Os pais dele tão em casa. Ele se faz
de santo na frente deles.
– E você ainda me chama de frouxo
porque eu te entreguei.
– E você é. Mas ele é pior que você. –
Deixei o Victor na casa dele e fui pra minha. Comi alguma coisa e meu celular
tocou. Olhei no visor. “Mel”. É, eu tava puto ainda. Não iria atender. Passou
uns dois minutos meu celular tocou de novo. Não conhecia o numero, achei que
era ela, mas sei lá. Resolvi atender.
*ligação on*
– Alo?
– Eu não to acreditando que você não
vai falar comigo. – É, era ela.
– Mel?
– Claro, quem mais seria? – Ela tava
muito puta da vida comigo. Era pra não ser ao contrário, não acham?
– Acho melhor a gente conversar amanhã.
– Amanhã o cassete, Justin. Você já fez
coisas piores do que eu, já mentiu pra mim, e mesmo assim eu não fiz esse drama
todo.
– A gente conversa amanhã.
*Ligação off*
Se eu conversasse com ela agora, iria
dar merda. Eu e ela estamos de cabeça quente. Amanha eu vou buscar ela e já
resolvo isso. Fui dormir, ou tentar, porque o que o James falou não saia da
minha cabeça “E não quero só um beijo dela.”. E aquele Mathew falando
com ele não ajudava. Ia dar muita merda ainda. Em meio a esses pensamentos,
dormi.
Acordei me sentindo estranho. É isso
que acontece quando se tem uma Melissa brava, tipo, bem brava, querendo matar
você. Ok, sem exageros. Me arrumei e fui em direção a casa dela. Cheguei,
toquei a campainha e a mãe dela atendeu.
– Oi, eu vim buscar a Mel.
– A Mel já foi, Justin. Pensei até que
ela tinha ido com você.
– Estranho, ela nem falou nada. Mas
tudo bem, encontro com ela na escola. Obrigada, do... Claudia. – É, lembrei que
a mãe da Mel sempre dava surto ‘-‘.
– De nada, querido. – No caso, quem era
pra tá de revolta era eu, não ela. Quem concorda levanta a mão õ/. Ok, não.
Voltando. Fui pra escola e tomara que ela tenha ido de ônibus mesmo. Ou vai
ficar indo de carona com o James todo dia agora?
Vei, eu devia ser vidente. Tava
estacionando o carro e vejo ela saindo do carro dele. Po, daora, legal,
divertido. Ela olhou pra mim e foi direto pra dentro da escola (:
– Virou festa agora? Vai vim todo dia
com ele?
– Oi pra você também. E eu precisava
vir de algum jeito não é? – E ela fala com a maior naturalidade do mundo.
– Eu passei na sua casa, alias eu
sempre passo lá. E só deixa eu te informar uma coisa, se quiser ficar de bico comigo,
problema teu. Mas você sabe muito bem do que ele é capaz. E por falar nessa
desgraça, ontem mesmo ele disse que não queria só um beijo seu. Já sabe o que
significa né?
– Eu já falei que sei me cuidar. E já
sou bem crescidinha pra tomar minhas próprias decisões.
– Ok, vou “tomar as minhas decisões
também”. – Virei e fui falar com as lideres de torcida, que já não falava a
muito tempo.
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