domingo, 21 de outubro de 2012

Be Alright (12) - Confiança


            – O que é isso no seu dedo?
            – Uma aliança. – Falei como se fosse óbvio e bom, era.
– Quem te deu isso?
– Óbvio que foi o Justin. Eu tava saindo com ele, lembra?
– Claro que lembro, mas você acha que essa palhaçada de namoro vai durar até quando?
– Como é que é?
– Olha, se não acredita em mim, pergunta pra qualquer pessoa desse colégio, mas o Justin era o galinha daqui. Você acha que ele vai aguentar um namoro até quando?
– Eu sei desse passado do Justin só de olhar pros antigos amiguinhos dele e as vadias que ficam em volta. Não precisa me contar. E eu não namoraria ele, se não confiasse nele. E para de encher minha paciência falando do Justin, Matt. Alias, por que você odeia tanto ele? – Filho da boa mãe. Ele virou as costas rindo com ironia e não falou nada. Ele me deixou falando sozinha! Eu vou bater nesse menino.
– Por que tá estressada, princesa? – Justin perguntou quando eu fechei o armário e o barulho ecoou pelo corredor de tão forte.
– Matt me deixou nervosa pra cassete.
– Não sei se eu fico feliz por mim, ou preocupado por você, por vocês serem amigos. – Eu ri. – E ele veio falar de mim de novo?
– O que você acha? Virou rotina dele já. – Justin riu.
– Ele gosta de você. - Justin falou fazendo careta.
– Mas não é por isso que ele pode ficar se intrometendo nas minhas decisões. Se eu to com você, é um problema meu e seu. Ele não tem nada a ver com o assunto. E isso já tá me enchendo.
– Conhecendo ele do jeito que eu conheço, você ainda vai ter que ter muita paciência com ele. – É sério isso? Bom, ele não vindo contando historinhas ou falando “você não devia fazer isso e blahblahblah”, por mim, tudo bem.
– Mas mudando de assunto, minha mãe adorou saber que a gente tá namorando. – Eu disse e ele sorriu.
– Modéstia parte, sua mãe me adora. – Eu ri fraquinho.
– Eu sei, e ela quase teve um troço quando viu a aliança. – Ele riu.
– E você, continua achando perfeita?
– Cara de pau. Você sabe que eu amei.
– É sempre bom ouvir de novo né? E eu te amo.
– Isso também é bom ouvir de novo. – Ele me selou e fomos pra sala.
~1 mês depois~
Já se passou um mês. E aconteceu tão rápido. A cada dia eu tava mais apaixonada pelo Justin, apesar das “sumidas repentinas” dele. Matt quase não fala comigo, na verdade, eu que sempre vou falar com ele, mas quase não nos falamos mais. Marina tá saindo com um carinha ai que eu não quem é. Se eu não me engano, o nome é Miguel. Agora eu tava na casa do Justin, e ele falando no celular não sei com quem, o que já era rotina. Esse tipo de coisa já tava me irritando. Ele desligou o celular e veio até mim.
– Quem era?
– Aquele amigo meu.
– Mas que porra. Nasceu grudado com ele? Toda vez que a gente tá junto você para pra poder atender uma ligação desse menino. E o pior é que você nunca me conta quem é. É aquele tal de Victor por acaso?
– Claro que não. Lembra que eu disse que a gente nem se fala mais?
– Lembro, Justin. Alias, falando naquela vez, foi estranho demais. Você não acha?
– Estranho por que? Foi normal.
– Não, você pode falar que foi tudo, menos normal. Você ficou muito nervosinho pra ser só aquilo.
– Não acredito que você vai querer voltar nessa história.
– Eu vou. Até você me contar quem ele realmente é.
– Não confia mais em mim?
– Não é questão de confiar. Tem coisas que você só quer guardar pra você, e isso eu até entendo, mas era só me dizer quem ele é.
– Não quero falar sobre isso.
– E por que não? Justin, juro por Deus que eu to irritada. Me fala pelo menos se era ele no telefone. E por que ele vive atrás de você? Já que vocês “não se falavam mais”.
– Veste teu tênis que eu vou te levar pra casa.
– Eu não acredito que você tá me ignorando. – Ele não falou nada, só pegou a chave do carro. – Não precisa se incomodar, eu vou sozinha. E só vem falar comigo quando resolver me falar quem é Victor. – Eu não tava acreditando nisso. Juro que to muito P da vida. Será que agora eu finalmente vou saber quem é essa praga de Victor?
~Justin on~
Um mês depois. Passou tudo muito rápido. E a cada dia eu amava mais a Mel. Acho que o Mathew não foi mais incomodar ela. Tiveram coisas que aconteceram nesse meio tempo. O idiota desgraçado do Victor matou o carinha certo, mas o filho do cara viu. Daora a vida né. E agora ele tá atrás da gente. Calma, vou explicar isso de “a gente”. Ele viu ele entrando dentro do carro e sabe que tinha mais alguém. Lembram que eu disse que não queria meu nome no meio? Pois é, esquece. O idiota arregou e contou que eu tava junto. Agora temos um filho de traficante atrás da gente. E segundo palavras dele mesmo: “Fiquem felizes porque eu só quero o dinheiro das drogas de volta e não vou vingar a morte do meu pai.”. E eu tenho que ajudar, lógico. Não quero morrer. E temos que roubar pra conseguir o dinheiro. Lógico que não aqui na cidade. A Mel e mais ainda, a mãe dela não podiam saber de jeito nenhum que eu to metido com isso. O que era um pouco difícil, e a Mel tá na minha cola. E eu odeio mentir pra ela.
Hoje ela tava em casa, e como milhares de vezes, Victor me liga.
– Cara, preciso da sua ajuda.
– Agora não dá, to com a minha namorada aqui em casa.
– Mas é rapidinho.
– Fala logo. E tem que ser rápido mesmo.
– Roubei um carro e não sei pra quem vender.
– Não to acreditando que você me ligou pra isso.
– Você disse que ia me ajudar.
– Mas eu sempre “ajudei” a roubar, não a vender. Se vira. – Desliguei o telefone e a Mel tava com uma cara nada boa. Ela perguntou quem era e eu falei que era um amigo meu.
– Mas que porra. Nasceu grudado com ele? Toda vez que a gente tá junto você para pra poder atender uma ligação desse menino. E o pior é que você numa me conta quem é. É aquele tal de Victor por acaso?
– Claro que não. Lembra que eu disse que a gente nem se fala mais?
– Lembro, Justin. Alias, falando naquela vez, foi estranho demais. Você não acha? – Eu tava começando a suar frio já. Ela nunca mais tinha voltado no assunto, e agora não sei se vou conseguir enrolar.
– Estranho por que? Foi normal.
– Não, você pode falar que foi tudo, menos normal. Você ficou muito nervosinho pra ser só aquilo.
– Não acredito que você vai querer voltar nessa história.
– Eu vou. Até você me contar quem ele realmente é.
– Não confia mais em mim?
– Não é questão de confiar. Tem coisas que você só quer guardar pra você, e isso eu até entendo, mas era só me dizer quem ele é.
– Não quero falar sobre isso.
– E por que não? Justin, juro por Deus que eu to irritada. Me fala pelo menos se era ele no telefone. E por que ele vive atrás de você? Já que vocês “não se falavam mais”.
– Veste teu tênis que eu vou te levar pra casa. – Tava tentando o máximo possível pra não entrar nessa história.
– Eu não acredito que você tá me ignorando. – Eu não falei nada, só peguei a chave do carro. – Não precisa se incomodar, eu vou sozinha. E só vem falar comigo quando resolver me falar quem é Victor.
Eu não to acreditando. Ela tá dando um tempo, é isso? E eu to pra matar um. Victor, é claro rs.
– Mel, espera. – Ela continuava andando. - Mel, sério, volta aqui. Não vou deixar você andando sozinha a essa hora pra sua casa. – Era tarde já. Já passava das 11 da noite.
– Entao pode começar a falar quem ele é.
– Tudo bem, eu falo. Mas vamos lá pra dentro. – Entramos e ela ainda me olhava com raiva.
– Pode começar já. – Esse era o problema, eu não sabia como começar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário