sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Be Alright (17) - Carona


Acordei e escola de novo. E olha que ótimo, Justin não ia hoje. Sentiram a ironia né? Acordei mais cedo, já que ia pegar ônibus. Me arrumei e desci pra tomar café. Tinha um bilhete em cima da mesa.
“Filha, tive que ir mais cedo hoje.
Xoxo.”
Tomei meu café da manhã, quase correndo, já que eu tava atrasada. Sai e fui pro ponto. To lá esperando o ônibus quando um carro buzina pra mim. Ele virou a esquina. Ignorei. Ai vejo o mesmo carro vindo pra perto de mim de novo. Já tava entrando em desespero quando vejo que era o James. Péra, vou me desesperar de novo, porque né.
– Entra ai.
– Ficou louco? Óbvio que não.
– Para de frescura. Prefere mesmo pegar ônibus do que ir comigo?
– Prefiro até ir a pé do que ir contigo. - Ele olhou no relógio.
– Pelo visto você tá atrasada. Vou perguntar pela ultima vez. Quer uma carona? – Olhei no meu relógio de pulso e é, eu tava atrasada. Que ótimo (: Abri a porta do carro.
– Antes de eu entrar só deixa eu te avisar uma coisa. Direto pra escola. Tenta passar em outro lugar pra ver se eu não ligo pra policia do meu celular.
– Deixa de paranoia. É só uma carona. – Entrei no carro. Com receio, claro, mas entrei. – Brigou com o Justin?
– Por que tá interessado?
– Você sempre vai com ele. Nunca te vi chegando de ônibus no colégio.
– Ele não vai poder ir hoje no colégio.
– Muito otário em te deixar sozinha.
– Cala a boca ou eu saio do carro.
– Eu não vou parar o carro.
– Foda-se. Eu saio do mesmo jeito.
– Tá, nervosinha. Me calei. – Fomos o caminho todo em silencio. Nunca dei graças a Deus por chegar no colégio. Ele nem tinha parado direito e eu já sai do carro. Claro, com alguns olhares em mim. Entrei na escola e fui em direção ao meu armário.
– Sua mãe não te ensinou que é falta de educação não agradecer?
– Sim. Mas prefiro usar minha educação com quem merece.
– Não precisa me tratar assim. Tudo isso só porque seu namoradinho resolveu me bater naquele dia?
– Não. Tudo isso porque eu sei o motivo que levou ele a fazer isso. E você também não é nada confiável.
– Posso não ser confiável, mas já te falei que sou melhor que o Bieber.
– Se você fosse melhor que ele, não mudaria nada na minha vida. Eu continuaria namorando ele, não você.
– Tá vendo. Quase admitiu que eu sou melhor.
– Não. Isso foi uma hipótese.
– Vai embora sozinha hoje também?
– Não te interessa. – Marina tava do outro lado do corredor me olhando confusa e, como todos na escola, ela sabe que o James não era uma boa pessoa. Pra “fugir” dele fui até ela.
– Oi Mari.
– Oi. Escuta, tão comentando na escola que você veio com o James hoje. É sério isso ou só boato do povo?
– Justin não vem hoje e eu perdi o ônibus. Ele tava passando e perguntou se eu queria carona. Não foi nada demais.
– Quero ver quando você falar que não foi nada de mais pro Justin.
– Ele não precisa saber.
– Com a escola inteira comentando e ele não vai saber?
– Eu converso com ele. Sei que ele vai dar um ataque básico, mas ele vai entender que a culpa não é minha.
– Ok. E o que ele queria agora contigo?
– Falar a mesma coisa de sempre. “Eu sou melhor que o Justin e blahblah”. – Falei a ultima frase fazendo uma voz tosca. Mari riu e fomos pra sala.
Com exceção da presença do Justin, foi normal. Fomos pro intervalo e a outra aula eu não tinha com a Mari. Tava quase dormindo esperando o professor entrar quando o ser chamado James senta do meu lado.
– O que você pensa que tá fazendo?
– Formando dupla contigo. Divertido né?
– Não quero formar dupla. Sai James.
– Mas outra pessoa vai sentar aqui. Qual a diferença?
– Nós dois sabemos muito bem a diferença. Vai, sai. – Falei empurrando ele.
– E eu, posso me sentar, ou vai me empurrar também?
– Claro né, Matt.
– Por que veio com o James hoje? – Todo mundo vai me perguntar, é isso mesmo?
– Justin não pode vir pra escola e eu tava atrasada. Enquanto eu esperava o ônibus, esse ser passou e perguntou se eu queria carona. Só.
– Hum... queria falar contigo que nem antes, mas parece que você me evita. – Olhei pra ele.
– Tá brincando comigo? Depois da sua briguinha com o Justin, você que tem me evitado. E não adianta negar, porque você sabe disso. Ou você acha que eu nunca reparei que sempre que eu entrava na sala e você tava sozinho, você pedia pra outra pessoa formar dupla contigo? Posso ter cara de otária, mas não sou.
– Desculpa. – Ele falou com a voz fraca. Eu assenti com a cabeça e ele sorriu.
– Matt, por que você anda falando com o James ultimamente? Achei que não gostava dele.
– Não é por nada terrível não, Mel. Coisa minha. – Ok né. Mas ai tinha coisa. Certeza. O professor entrou na sala e nos falávamos quando dava.
Fui pra casa sozinha, claro. Almocei sozinha, enfim, eu tava alone o dia inteiro. Quando deu umas 16:00 horas o Justin me manda sms dizendo que tava vindo pra cá. Ele tocou a campainha e quando eu abri a porta ele não tava com uma cara muito amigável. Ele entrou e fomos pra sala.
– Pode me dizer porque o James teve a sua companhia indo pra escola hoje?
– Eu tava atrasada e minha mãe já tinha saído de casa quando eu desci. Ai eu fui pro ponto, ele passou e me ofereceu carona. Só isso.
– Do mesmo jeito que eu ofereceria carona pra outra menina.
– Perae, a situação é bem diferente.
– Não é não. Eu não gosto dele, e você sabe muito bem disso. Alias, eu pensava que você odiava o James.
– Isso não vem ao caso. Foi só uma carona. Eu continuo não gostando dele.
– Você sabe que ele podia tentar algo contra você. Ainda mais não estando no colégio.
– Eu deixei claro pra ele que se não fossemos direto pra escola, eu ia ligar pra policia.
– Ah claro, como se ele nunca se arriscasse. Como se ele tivesse algum medo de você. Como se ele nunca tivesse visitado uma delegacia como réu. – Justin falou irônico. Odeio quando ele faz isso. Fiquei em silencio. Justin ficou olhando pra mim esperando uma resposta. Vendo que eu não iria dar, virou as costas e foi embora. Ai que eu fiquei P da vida mesmo. Queria só ver se ele me ligar. Do jeito que eu to, não atenderia. Certeza. Agora, pergunta que não quer calar: como ele ficou sabendo disso? Enfim, depois descobriria. Fiquei vegetando esperando minha mãe chegar.
– Oi filha. Vamos aproveitar que estamos sozinhas pra falar de ontem?
– Do meu pai? – Ela assentiu. – Tudo bem.
– O que você achou?
– É, eu me enganei sobre ele. Acho que eu tava confusa demais. Ele parece legal.
– Quer conhecer ele melhor? – Eu assenti dessa vez. – Então quer jantar na casa dele?
– Quero.
– Então vai se arrumar. Saímos em uma hora. – Eu disse um ok indo tomar banho. Essa ideia tinha animado meu dia. Não me chamem de louca bipolar, mas eu tava gostando do Jason e dele ser meu pai. Queria conhecê-lo melhor. Depois de conversar um pouco mais com ele ontem, percebi que ele é legal. Terminei meu banho e coloquei uma roupa normal. Minha mãe, como sempre, já me esperava no andar de baixo. Entramos no carro e eu tava quieta. Justin ainda não tinha dado sinal de vida. E isso me preocupava. Ele ia parar de falar comigo só por isso? Sério mesmo?
– Mel, tá tudo bem?
– Tá, por que mãe?
– Você não para de olhar pro celular. E tá com uma carinha.
– Justin tá bravo comigo e ele não dá sinal de vida.
– Ele vai te desculpar. Mas o que você fez?
– Ele não foi pra escola hoje e eu, como sempre, tava atrasada. Tava no ponto e um outro garoto me ofereceu carona. E eu aceitei. Mas ele odeia esse garoto, enfim, mó rolo. – Falei com tédio. Not cool contar a mesma história varias vezes.
– Não tinha outra pessoa pra você pegar carona?
– Óbvio que não, mãe.
– Por que não entrou na segunda, então?
– Não sei, mãe. Não quero falar disso. – Ficamos em silencio alguns minutos. Até eu pensar na possibilidade do Jason já ser pai de outra pessoa.
– Mãe, eu tenho irmãos?
– Não. – Pelo menos eu não iria perder meu posto de filha única.
– Você ainda gosta dele? – OMG! Pela primeira vez na vida vejo minha mãe corar. Acreditem, é divertido.
– Da onde tirou essa ideia, Mel?
– Pelo seu jeito ué. Fica toda alegrinha quando ele tá lá em casa.
– Cuida da sua vida, menina. – Eu ri. Depois de uns 20 minutos chegamos. Nos cumprimentamos e fomos pra sala de jantar. É, a casa era imensa. Bem maior da que eu e minha mãe morávamos.
– Você trabalha em que, Jason?
– Sou advogado. – Ele me respondeu com um sorriso no rosto.
– Já foi casado? – Eu praticamente tava interrogando ele.
– Nunca me casei. – Imagina se ele resolve se casar com a minha mãe? Tenho que parar de pensar nisso, to ficando neurótica. – Vocês se mudaram pra cá faz tempo?
– Não, faz uns 2 meses. – Enfim, ficamos conversando e depois de um tempo eu e minha mãe fomos embora. Justin não me ligou e muito menos me deixou mensagem. Resolvi ligar pra ele quando cheguei em casa. Ele não me atendeu. Ah , que ótimo. Fiquei como? Mega irritada. Ele não tinha o numero do fixo de casa, então se eu ligar de lá, ele vai me atender.
*ligação on*
– Alo?
– Eu não to acreditando que você não vai falar comigo.
– Mel?
– Claro, quem mais seria?
– Acho melhor a gente conversar amanhã.
– Amanhã o cassete, Justin. Você já fez coisas piores do que eu, já mentiu pra mim, e mesmo assim eu não fiz esse drama todo.
– A gente conversa amanhã. – E ele desligou o telefone. Ele teve a capacidade de me deixar falando sozinha. “A gente conversa amanhã.” No, no friend. Do que jeito que eu to não vai ter conversa nenhuma.

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'-' Man, comentem, pfvr. Nao custa nada. Se não, vou parar de postar... To postando do vento vlh '-' Xx.

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