Acordei e escola de novo. E olha que
ótimo, Justin não ia hoje. Sentiram a ironia né? Acordei mais cedo, já que ia
pegar ônibus. Me arrumei e desci pra tomar café. Tinha um bilhete em cima da
mesa.
“Filha, tive que ir mais cedo hoje.
Xoxo.”
Tomei meu café da manhã, quase
correndo, já que eu tava atrasada. Sai e fui pro ponto. To lá esperando o
ônibus quando um carro buzina pra mim. Ele virou a esquina. Ignorei. Ai vejo o
mesmo carro vindo pra perto de mim de novo. Já tava entrando em desespero
quando vejo que era o James. Péra, vou me desesperar de novo, porque né.
– Entra ai.
– Ficou louco? Óbvio que não.
– Para de frescura. Prefere mesmo pegar
ônibus do que ir comigo?
– Prefiro até ir a pé do que ir
contigo. - Ele olhou no relógio.
– Pelo visto você tá atrasada. Vou
perguntar pela ultima vez. Quer uma carona? – Olhei no meu relógio de pulso e
é, eu tava atrasada. Que ótimo (: Abri a porta do carro.
– Antes de eu entrar só deixa eu te
avisar uma coisa. Direto pra escola. Tenta passar em outro lugar pra ver se eu
não ligo pra policia do meu celular.
– Deixa de paranoia. É só uma carona. –
Entrei no carro. Com receio, claro, mas entrei. – Brigou com o Justin?
– Por que tá interessado?
– Você sempre vai com ele. Nunca te vi
chegando de ônibus no colégio.
– Ele não vai poder ir hoje no colégio.
– Muito otário em te deixar sozinha.
– Cala a boca ou eu saio do carro.
– Eu não vou parar o carro.
– Foda-se. Eu saio do mesmo jeito.
– Tá, nervosinha. Me calei. – Fomos o
caminho todo em silencio. Nunca dei graças a Deus por chegar no colégio. Ele
nem tinha parado direito e eu já sai do carro. Claro, com alguns olhares em
mim. Entrei na escola e fui em direção ao meu armário.
– Sua mãe não te ensinou que é falta de
educação não agradecer?
– Sim. Mas prefiro usar minha educação
com quem merece.
– Não precisa me tratar assim. Tudo
isso só porque seu namoradinho resolveu me bater naquele dia?
– Não. Tudo isso porque eu sei o motivo
que levou ele a fazer isso. E você também não é nada confiável.
– Posso não ser confiável, mas já te
falei que sou melhor que o Bieber.
– Se você fosse melhor que ele, não
mudaria nada na minha vida. Eu continuaria namorando ele, não você.
– Tá vendo. Quase admitiu que eu sou
melhor.
– Não. Isso foi uma hipótese.
– Vai embora sozinha hoje também?
– Não te interessa. – Marina tava do
outro lado do corredor me olhando confusa e, como todos na escola, ela sabe que
o James não era uma boa pessoa. Pra “fugir” dele fui até ela.
– Oi Mari.
– Oi. Escuta, tão comentando na escola
que você veio com o James hoje. É sério isso ou só boato do povo?
– Justin não vem hoje e eu perdi o
ônibus. Ele tava passando e perguntou se eu queria carona. Não foi nada demais.
– Quero ver quando você falar que não
foi nada de mais pro Justin.
– Ele não precisa saber.
– Com a escola inteira comentando e ele
não vai saber?
– Eu converso com ele. Sei que ele vai
dar um ataque básico, mas ele vai entender que a culpa não é minha.
– Ok. E o que ele queria agora contigo?
– Falar a mesma coisa de sempre. “Eu
sou melhor que o Justin e blahblah”. – Falei a ultima frase fazendo uma voz
tosca. Mari riu e fomos pra sala.
Com exceção da presença do Justin, foi
normal. Fomos pro intervalo e a outra aula eu não tinha com a Mari. Tava quase
dormindo esperando o professor entrar quando o ser chamado James senta do meu
lado.
– O que você pensa que tá fazendo?
– Formando dupla contigo. Divertido né?
– Não quero formar dupla. Sai James.
– Mas outra pessoa vai sentar aqui.
Qual a diferença?
– Nós dois sabemos muito bem a diferença.
Vai, sai. – Falei empurrando ele.
– E eu, posso me sentar, ou vai me
empurrar também?
– Claro né, Matt.
– Por que veio com o James hoje? – Todo
mundo vai me perguntar, é isso mesmo?
– Justin não pode vir pra escola e eu
tava atrasada. Enquanto eu esperava o ônibus, esse ser passou e perguntou se eu
queria carona. Só.
– Hum... queria falar contigo que nem
antes, mas parece que você me evita. – Olhei pra ele.
– Tá brincando comigo? Depois da sua
briguinha com o Justin, você que tem me evitado. E não adianta negar, porque
você sabe disso. Ou você acha que eu nunca reparei que sempre que eu entrava na
sala e você tava sozinho, você pedia pra outra pessoa formar dupla contigo?
Posso ter cara de otária, mas não sou.
– Desculpa. – Ele falou com a voz
fraca. Eu assenti com a cabeça e ele sorriu.
– Matt, por que você anda falando com o
James ultimamente? Achei que não gostava dele.
– Não é por nada terrível não, Mel.
Coisa minha. – Ok né. Mas ai tinha coisa. Certeza. O professor entrou na sala e
nos falávamos quando dava.
Fui pra casa sozinha, claro. Almocei
sozinha, enfim, eu tava alone o dia inteiro. Quando deu umas 16:00 horas o
Justin me manda sms dizendo que tava vindo pra cá. Ele tocou a campainha e
quando eu abri a porta ele não tava com uma cara muito amigável. Ele entrou e
fomos pra sala.
– Pode me dizer porque o James teve a
sua companhia indo pra escola hoje?
– Eu tava atrasada e minha mãe já tinha
saído de casa quando eu desci. Ai eu fui pro ponto, ele passou e me ofereceu
carona. Só isso.
– Do mesmo jeito que eu ofereceria
carona pra outra menina.
– Perae, a situação é bem diferente.
– Não é não. Eu não gosto dele, e você
sabe muito bem disso. Alias, eu pensava que você odiava o James.
– Isso não vem ao caso. Foi só uma
carona. Eu continuo não gostando dele.
– Você sabe que ele podia tentar algo
contra você. Ainda mais não estando no colégio.
– Eu deixei claro pra ele que se não
fossemos direto pra escola, eu ia ligar pra policia.
– Ah claro, como se ele nunca se
arriscasse. Como se ele tivesse algum medo de você. Como se ele nunca tivesse
visitado uma delegacia como réu. – Justin falou irônico. Odeio quando ele faz
isso. Fiquei em silencio. Justin ficou olhando pra mim esperando uma resposta.
Vendo que eu não iria dar, virou as costas e foi embora. Ai que eu fiquei P da
vida mesmo. Queria só ver se ele me ligar. Do jeito que eu to, não atenderia.
Certeza. Agora, pergunta que não quer calar: como ele ficou sabendo disso?
Enfim, depois descobriria. Fiquei vegetando esperando minha mãe chegar.
– Oi filha. Vamos aproveitar que
estamos sozinhas pra falar de ontem?
– Do meu pai? – Ela assentiu. – Tudo
bem.
– O que você achou?
– É, eu me enganei sobre ele. Acho que
eu tava confusa demais. Ele parece legal.
– Quer conhecer ele melhor? – Eu assenti
dessa vez. – Então quer jantar na casa dele?
– Quero.
– Então vai se arrumar. Saímos em uma
hora. – Eu disse um ok indo tomar banho. Essa ideia tinha animado meu dia. Não
me chamem de louca bipolar, mas eu tava gostando do Jason e dele ser meu pai.
Queria conhecê-lo melhor. Depois de conversar um pouco mais com ele ontem,
percebi que ele é legal. Terminei meu banho e coloquei uma roupa normal. Minha
mãe, como sempre, já me esperava no andar de baixo. Entramos no carro e eu tava
quieta. Justin ainda não tinha dado sinal de vida. E isso me preocupava. Ele ia
parar de falar comigo só por isso? Sério mesmo?
– Mel, tá tudo bem?
– Tá, por que mãe?
– Você não para de olhar pro celular. E
tá com uma carinha.
– Justin tá bravo comigo e ele não dá
sinal de vida.
– Ele vai te desculpar. Mas o que você
fez?
– Ele não foi pra escola hoje e eu,
como sempre, tava atrasada. Tava no ponto e um outro garoto me ofereceu carona.
E eu aceitei. Mas ele odeia esse garoto, enfim, mó rolo. – Falei com tédio. Not
cool contar a mesma história varias vezes.
– Não tinha outra pessoa pra você pegar
carona?
– Óbvio que não, mãe.
– Por que não entrou na segunda, então?
– Não sei, mãe. Não quero falar disso.
– Ficamos em silencio alguns minutos. Até eu pensar na possibilidade do Jason
já ser pai de outra pessoa.
– Mãe, eu tenho irmãos?
– Não. – Pelo menos eu não iria perder
meu posto de filha única.
– Você ainda gosta dele? – OMG! Pela
primeira vez na vida vejo minha mãe corar. Acreditem, é divertido.
– Da onde tirou essa ideia, Mel?
– Pelo seu jeito ué. Fica toda
alegrinha quando ele tá lá em casa.
– Cuida da sua vida, menina. – Eu ri.
Depois de uns 20 minutos chegamos. Nos cumprimentamos e fomos pra sala de
jantar. É, a casa era imensa. Bem maior da que eu e minha mãe morávamos.
– Você trabalha em que, Jason?
– Sou advogado. – Ele me respondeu com
um sorriso no rosto.
– Já foi casado? – Eu praticamente tava
interrogando ele.
– Nunca me casei. – Imagina se ele
resolve se casar com a minha mãe? Tenho que parar de pensar nisso, to ficando
neurótica. – Vocês se mudaram pra cá faz tempo?
– Não, faz uns 2 meses. – Enfim,
ficamos conversando e depois de um tempo eu e minha mãe fomos embora. Justin
não me ligou e muito menos me deixou mensagem. Resolvi ligar pra ele quando
cheguei em casa. Ele não me atendeu. Ah , que ótimo. Fiquei como? Mega
irritada. Ele não tinha o numero do fixo de casa, então se eu ligar de lá, ele
vai me atender.
*ligação on*
– Alo?
– Eu não to acreditando que você não
vai falar comigo.
– Mel?
– Claro, quem mais seria?
– Acho melhor a gente conversar amanhã.
– Amanhã o cassete, Justin. Você já fez
coisas piores do que eu, já mentiu pra mim, e mesmo assim eu não fiz esse drama
todo.
– A gente conversa amanhã. – E ele
desligou o telefone. Ele teve a capacidade de me deixar falando sozinha. “A
gente conversa amanhã.” No, no friend. Do que jeito que eu to não vai ter
conversa nenhuma.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
'-' Man, comentem, pfvr. Nao custa nada. Se não, vou parar de postar... To postando do vento vlh '-' Xx.
Nenhum comentário:
Postar um comentário