quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Be Alright (1) - Um Novo Começo


Tédio. Horrível começar um dia assim, eu sei. Hoje volto as aulas em uma cidade nova e completamente diferente. Morava numa cidade pequena no Texas. Agora, me vejo morando na Califórnia. Imagino como deve ser o povo do meu novo colégio. Patricinhas e meninos se achando pelo simples fato de estarem no time da escola. Repito: tédio. Não que eu seja uma anti-social, mas esse tipo de coisa me irrita. Ah, me desculpe, esqueci de dizer meu nome. Melissa, prazer. Tenho 16 anos, e moro com a minha mãe. Bom, nunca tive notícias do meu pai, e minha mãe também não faz questão que eu saiba. Pra falar a verdade, eu também não.
Terminei de me arrumar, desci, e vi que minha mãe já tava tomando o café.
– Bom dia, mãe. – E lhe dei um beijo na cabeça.
– Bom dia, filha. Aposto que irá gostar do colégio novo. – Ela disse toda sorridente. Eu tava com receio do que realmente iria acontecer naquilo que minha mãe chama de escola. Não queria ir (novidade...), tava com preguiça, sono, e ainda teria que enfrentar um monte de gente que eu não conhecia, e que provavelmente eu não iria com a cara. Apenas dei um sorriso forçado pra minha mãe e tomei meu café.
Como era o primeiro dia, minha mãe me deixou na porta da escola. Me despedi dela e fui na diretoria pegar meu horários. E olha o mais legal: até eu achar meu armário e saber a sala, eu já tava atrasada (: Sentiram a ironia né?
Depois da “tiazinha” (Autora on: costumo chamar todo mundo de “tia”, não liguem k – Autora off) demorar um século pra pegar meu horário, finalmente sai da diretoria e fui procurar o meu armário. Foi um pouco demorado, digamos, e até isso acontecer, a escola inteira praticamente parou pra olhar a novata, ou seja, eu. Tenho muita vergonha, o que piorou a situação.
Depois de pegar os livros, fui finalmente pra sala. Primeira aula de biologia. Quero me matar ¬¬. Bati na porta e o professor me mandou entrar, e pediu pra eu me sentar do lado de um menino chamado Bieber. Esse tal Bieber pareceu não gostar muito da ideia de ser “atrapalhado”, e tirarem o seu “sossego”, digamos assim. E eu, querendo bancar a simpática, pelo menos um “oi” falei pro menino né.
– Oi. – A criatura me olhou do pior jeito possível que eu quis até sair dali, mas não tinha outro lugar pra sentar.
– Oi. – Pra minha surpresa, pelo menos ele respondeu. Com a cara mais fechada do mundo e mais seco do que o deserto do Saara, mas respondeu.
Enfim, a aula inteira se resumiu a um professor explicando a matéria, que não fiz muita questão de prestar atenção, eu desenhando qualquer coisa no meu caderno, e Bieber, que acabei descobrindo, depois do professor chamar a atenção do garoto, que seu nome é Justin, me olhando as vezes de canto de olho. Bateu o sinal e acho que nunca fiquei tão feliz na vida *o*.
Tava saindo da sala até alguém me puxar pelo braço, não com brutalidade, mas... ahh, vocês entenderam né. Virei e vi que era Justin.
– Acho que fui um pouco seco demais contigo. Desculpa. – Ahh, ele acha. Mas tudo bem, pelo menos pediu desculpa. Impulsiva do jeito que sou, deixei escapar meu “comentário mental”.
– Tudo bem, pelo menos pediu desculpa. – Ele me olhou que nem antes e eu quis me atirar de uma ponte. Vai que ele tá com algum problema, ai eu pioro o dia do garoto... Sim, me preocupo demais com os outros. E muitas vezes me ferro por isso. Então, vejo como um defeito meu.
– Meu nome é Justin e o seu? – Ok, ele ignorou totalmente meu comentário, o que me faz dar graças a Deus.
– Melissa. Faz muito tempo que estuda aqui? – Eu sei, sou péssima ft. horrorosa pra puxar assunto, mas foi o melhor que consegui pensar.
– Desde sempre, pra falar a verdade. Você já morava na cidade, ou veio de outro lugar? – Conversávamos, enquanto íamos até os nossos armários. O dele não era muito longe do meu. Bom, acabamos descobrindo que os nossos horários eram um pouco parecidos.
Ele não era tão chato e ignorante como eu achei que fosse. Até que ele era legal. A segunda aula era com Justin e ficamos mais conversando do que qualquer outra coisa. Conversando assim né, eu contando um pouco sobre mim, ele me ouvindo, e respondendo só o que eu perguntava, mesmo assim sem respostas longas. Ok, já entendi. O menino é mais “fechado” do que qualquer pessoa que eu já tenha conhecido.
A terceira aula eu tava sozinha. Me sentei ao lado de outro garoto. Mal cheguei na mesa e o menino já tava sorrindo pra mim, o que automaticamente me fez sorrir de volta. O sorriso dele era lindo!! :} Ele se apresentou logo de cara e seu nome era Mathew, mas pediu pra eu chamá-lo de Matt. Ficamos conversando sobre nossas vidas e gostos, e diferente de certas pessoas (sentiu a indireta Justin?), ele respondia como uma pessoa normal.
Descobri que ele sempre morou e estudou aqui, que seus pais não são separados e que ele também gosta de Maroon 5, nem tanto quanto eu, ele mesmo disse, mas mesmo assim quase tive um troço. Pra mim, é difícil achar alguém que goste.
Fomos pro intervalo, e sentei com Matt. Me senti observada e corri os olhos pelo pátio, vendo um Bieber me olhando.
– Já falou com ele? – Matt perguntou olhando pro mesmo lado que eu.
– Aham. Tive as duas primeiras aulas com ele. Até que ele é legal.
– Legal no começo. Não quero nem pensar no que vai acontecer depois que vocês se falarem mais.
– Por que? – Olhei estranha pro Matt. Justin era tipo esses marginais que tem nos colégios que vemos em filmes? Na minha humilde opinião, ele era legal e bonito demais pra isso. Mas aparência engana, fazer o que.
– Bom, digamos que ele não é o tipo de pessoa que a gente queira confiar. – Ótima explicação. Entendi tudinho sobre o que esse ser quer falar. Palmas. Ele percebeu minha cara de tipo “seja mais específico, porfa” e continuou.
– Ninguém sabe se isso é verdade, mas pelos amigos que ele tem, dizem que ele se mete com gente que rouba, trafica, vende armas e tudo mais. Mas dizem que James, o que tá do lado direito dele – olhei de relance, mas mesmo assim percebi um menino de azul do lado de Justin -, é pior ainda. Todos falam que ele já até matou alguém. – Na mesma hora que ele falou isso, me engasguei com o suco que tava tomando e quase morri ali. Tá, sem exageros. Mas aquilo realmente me assustou. Nunca que eu ia falar que Justin é assim. Mas, como ninguém sabe se é verdade, e sou um pouquinho só curiosa, resolvi “arriscar”. Sei que ele não iria me falar logo de cara que ele era um criminoso, mas se fosse, ele não iria me machucar né? Pelo jeito que ele falou comigo não. Aproveitei que Matt tinha ido comprar alguma coisa, que eu não escutei, na cantina e fui falar com Justin.

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